sexta-feira, 18 de abril de 2008

Conar proíbe anúncios da Petrobras

Conar proíbe anúncios da Petrobras 18/4/2008 09:18:00
O Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (CONAR) decidiu nesta quinta (17/04) suspender dois anúncios da Petrobras por divulgarem a idéia falsa de que a estatal tem contribuído para a qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do país. O Conar julgou ação movida por entidades governamentais e não-governamentais. O julgamento ocorreu em sessão fechada, da qual participaram o Secretário Adjunto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, o Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, o médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Paulo Saldiva, o representante do Movimento Nossa São Paulo, Oded Grajew, e o diretor de campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado.

A decisão, inédita abre precedente para uma mudança no comportamento do mercado publicitário. "O resultado do julgamento é um marco na história do Conar, que optou por não compactuar com a morte de 3 mil pessoas por ano só na capital paulista", comemorou Oded Grajew. "É a escolha entre a vida e a morte. A empresa não pode provocar confusão na cabeça das pessoas com uma publicidade que distorce a realidade", completou Marcelo Furtado.

Em sua defesa, os representantes da agência DPZ e da própria Petrobras argumentaram que a resolução do Conama não determina a diminuição da quantidade de enxofre no diesel comercializado no País, afirmaram que a empresa atua de forma "lícita e regulamentada" e que o "diesel não é o único responsável pela poluição veicular". Sérgio Fontes, da área de abastecimento da Petrobrás, chegou a dizer que a qualidade do ar em São Paulo "é aceitável e que as mortes são de outra natureza".

A declaração foi contestada pelo médico Paulo Saldiva: "Para nós, médicos, a qualidade do ar não é aceitável. Nosso estudo segue a metodologia recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que é taxativa ao declarar a morte de dois milhões de pessoas em todo o mundo por causa da poluição atmosférica".


Entenda o caso:

De acordo com a ação apresentada pelas entidades, a Petrobras "afirma recorrentemente em suas campanhas e anúncios publicitários seu compromisso com a qualidade ambiental, com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social. Entretanto, essa postura que é transmitida por meio da publicidade não condiz com os esforços para uma atuação social e ambientalmente correta". Isso porque o óleo diesel produzido pela estatal é um dos piores do mundo e contribui para piorar a qualidade de vida dos brasileiros.

Além de não ter fornecido o combustível de referência para testes já em 2006, a empresa, pela ausência de investimentos e planejamento e pelas suas reiteradas declarações, ao que tudo indica vai deixar de cumprir a legislação ambiental e não reduzirá a partir de 2009 o teor de enxofre no combustível.

fonte: http://www.adnews.com.br/

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